Freud
nessa conferência tenta registrar aquilo que permeia uma sessão de análise,
tanto para o paciente, e ainda mais, ao terapeuta,
·
Freud
propõe ao paciente que não se deve selecionar o que diz, e sim, falar o que lhe
vier a cabeça, no caso, a “associação livre”, e em contrapartida, o
psicanalista não toma nota de nada e nem tem a tarefa de reter na memória tudo
que seu paciente fala. É oferecido ao paciente a “atenção flutuante”, deixando
a atenção uniformemente suspensa, tornando uma ressonância possível de
conversas inconscientes.
·
E
se existe essa “escuta suspensa” sem priorizar nenhum assunto, também não
interessa fazer anotações, já que isso pode ser considerado como uma seleção do
material a ser analisado, o que não faz parte do tratamento.
·
Um
obstáculo para análise é a "ambição terapêutica" do analista. Aqui,
Freud faz uma analogia com o trabalho de um cirurgião, que deve manter suas
emoções de lado, e executar a cirurgia. O psicanalista não deve se ater as
expectativas de curar, que seriam prejudiciais ao paciente. A "frieza
emocional" do analista, além de necessária ao processo analítico, é
vantajosa como "proteção" de sua vida privada e um maior auxílio
possível ao paciente (não direcionando o paciente com conteúdos do próprio
analista).
·
O
inconsciente do analista deve se colocar com o inconsciente do paciente como um
receptor. Esta é a analogia do telefone. A associação livre do paciente
reconstrói o inconsciente do analista, que atua como um transmissor. O
inconsciente do analista passa a ser um instrumento a mais de análise. Sintomas
do analista, assim, passam a ser possivelmente prejudiciais, se o analista não
sabe lidar com eles. Não pode haver resistências para que não haja também, um
olhar mais enviesado de suas interpretações, distorcendo o material do
paciente. É necessária a "purificação psicanalítica", 0nde o analista
também passa por uma análise.
·
Outra
metáfora, como a do espelho, onde o psicanalista só deve mostrar aquilo que lhe
é mostrado é de grande valia, pois é uma questão que pode por um obstáculo no
tratamento, já que está estabelecido uma ressalva a respeito da transferência.
O analista não deve voluntariamente expor seus conteúdos, pois o paciente pode
mascarar uma resistência dessa forma, dificultando um desvelamento do seu
inconsciente.
·
Intelectualidade,
reflexão e atenção como atividades mentais não solucionam uma neurose, portanto,
propor ao paciente textos para leitura educacional, sublimação, não são
indicações seguidas por Freud, que sente que se deve respeitar as limitações do
doente, sem teorizar sobre, já que a eficácia da análise vem através das regras
psicanalíticas anteriores, não conhecimentos teóricos.
Maio/2012 - Elaborado por Mayara Vianna da Equipe de
Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus Barueri .
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