sábado, 26 de maio de 2012

"Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise" (S. Freud, VOL XII)

"Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise" (S. Freud, VOL XII)


Freud nessa conferência tenta registrar aquilo que permeia uma sessão de análise, tanto para o paciente, e ainda mais, ao terapeuta,
·         Freud propõe ao paciente que não se deve selecionar o que diz, e sim, falar o que lhe vier a cabeça, no caso, a “associação livre”, e em contrapartida, o psicanalista não toma nota de nada e nem tem a tarefa de reter na memória tudo que seu paciente fala. É oferecido ao paciente a “atenção flutuante”, deixando a atenção uniformemente suspensa, tornando uma ressonância possível de conversas inconscientes.
·         E se existe essa “escuta suspensa” sem priorizar nenhum assunto, também não interessa fazer anotações, já que isso pode ser considerado como uma seleção do material a ser analisado, o que não faz parte do tratamento.
·         Um obstáculo para análise é a "ambição terapêutica" do analista. Aqui, Freud faz uma analogia com o trabalho de um cirurgião, que deve manter suas emoções de lado, e executar a cirurgia. O psicanalista não deve se ater as expectativas de curar, que seriam prejudiciais ao paciente. A "frieza emocional" do analista, além de necessária ao processo analítico, é vantajosa como "proteção" de sua vida privada e um maior auxílio possível ao paciente (não direcionando o paciente com conteúdos do próprio analista).
·         O inconsciente do analista deve se colocar com o inconsciente do paciente como um receptor. Esta é a analogia do telefone. A associação livre do paciente reconstrói o inconsciente do analista, que atua como um transmissor. O inconsciente do analista passa a ser um instrumento a mais de análise. Sintomas do analista, assim, passam a ser possivelmente prejudiciais, se o analista não sabe lidar com eles. Não pode haver resistências para que não haja também, um olhar mais enviesado de suas interpretações, distorcendo o material do paciente. É necessária a "purificação psicanalítica", 0nde o analista também passa por uma análise.
·         Outra metáfora, como a do espelho, onde o psicanalista só deve mostrar aquilo que lhe é mostrado é de grande valia, pois é uma questão que pode por um obstáculo no tratamento, já que está estabelecido uma ressalva a respeito da transferência. O analista não deve voluntariamente expor seus conteúdos, pois o paciente pode mascarar uma resistência dessa forma, dificultando um desvelamento do seu inconsciente.
·         Intelectualidade, reflexão e atenção como atividades mentais não solucionam uma neurose, portanto, propor ao paciente textos para leitura educacional, sublimação, não são indicações seguidas por Freud, que sente que se deve respeitar as limitações do doente, sem teorizar sobre, já que a eficácia da análise vem através das regras psicanalíticas anteriores, não conhecimentos teóricos.

Maio/2012 - Elaborado por Mayara Vianna da Equipe de Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus Barueri .



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