sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A Dissolução do Complexo de Édipo (1924)


Freud II - RESUMO - 2ª Unidade
A Dissolução do Complexo de Édipo (1924)
vol. XIX - Obras Completas de Sigmund Freud.
           

- Este se trata do primeiro de texto de Freud que oferece ênfase no tratamento das diferenças entre a dinâmica edípica em meninos e meninas.
- Freud já havia apontado em outros textos a importância do desfecho da dinâmica edípica para a entrada das crianças no período de latência, porém o autor retoma neste texto, por quais motivos ocorreria a sua dissolução, em outras palavras, sua demolição.
- A Psicanálise já possuía de antemão duas embasadas hipóteses destes motivos, porém Freud anunciou-se não satisfeito com elas.
- A primeira indica que as constantes frustrações na busca pelo amor incondicional de sua mãe levariam a criança a “voltar às costas” ao seu desejo – negação. (hipótese Ontogenética)
- A segunda hipótese indicaria que o complexo de Édipo chegaria ao seu fim por “ter chegado sua hora”. Em uma visão desenvolvimentista, Freud exemplifica afirmando que seria como os dentes de leite que em um dado momento do desenvolvimento simplesmente caem. (hipótese Filogenética)
- O autor aponta que esta hipóteses se completam e que há lugar para elas na compreensão da dissolução do complexo de édipo, porém ainda se permanece o interesse em se estudar como esse desenvolvimento ocorre em seus pormenores.
- Freud retoma suas proposições sobre a fase fálica. Nela o interesse da criança voltar-se-ia para a manipulação da genitália. Posteriormente haveria o reconhecimento da desaprovação dos adultos frente a este tipo de interesse e manipulação. Este reconhecimento se daria por afirmações literais ou figuradas da eminencia de castração, por exemplo: “Se ficar com a mão no pipi ele vai cair”, ou “se ficar com a mão aí, papai/médico vai cortar/ficar bravo”. Freud salienta a possibilidade de a manipulação ser deslocada para enurese noturna (xixi na cama), portanto a ameaça ficaria: “Se você fizer xixi na cama o médico terá que cortar fora”.
- Assim, o autor postula que a ameaça de castração seria a principal mobilizadora da destruição da organização fálica infantil. Porém, Freud salienta outras experiências de castrações prévias – parar de mamar no seio materno, excreção das fezes e outros.
- Outro evento fatal para a organização fálica da criança e por consequência à dissolução do complexo de Édipo seria a exposição do garotinho a um organismo feminino castrado – em sua imaginação. Com isso a eminencia da própria castração se tornaria plausível na fantasia infantil.
-Assim, Freud aponta as diferenças entre a dissolução do complexo de Édipo em meninos e meninas.
- Dissolução em meninos:

  • Menino acredita que o falo é o objeto desejado por sua mãe, assim o pai seria uma ameaça a ele – Dilema: Amar a mãe e correr o risco da castração X abdicar-se do desejo de possuir a mãe para garantir a integridade fálica.
  • Renúncia aos pais como objetos de desejo
  • Incorporação dos pais como objetos – Identificação
  • A Identificação resulta na formação do Superego
  • Autoridade do Pai é introjetada, ocorrendo assim a proibição do incesto (Castração).


- Dissolução em meninas:
  • Menina acredita que em uma época anterior possuía um falo e que por algum motivo fora castrada – Dilema: Desejar o falo do pai para si e correr o risco de perde o amor parental X Renunciar a possibilidade de reconquistar um falo para si e manter o amor parental.
  • Renúncia aos pais como objetos de desejo
  • Incorporação dos pais como objetos – Identificação
  • A Identificação resulta na formação do Superego
  • O desejo de ganhar um bebê (boneca posteriormente) do pai é a forma compensatória de aceitar a castracao.


Setembro/2014 - Elaborado por Diego Penha e revisado por Regina Cordeiro, Equipe de Monitores de Psicanálise - PUC/SP – Campus Barueri .




Nenhum comentário: